13 de Maio: O primeiro vento de inclusão racial foi iniciado no governo Lula, afirma Martvs

Associar as duas trajetórias, prossegue Chagas, é importante justamente para que a história de injustiça não se repita – preso injustamente, Mandela só viu a justiça ser feita 27 anos depois e alerta para a necessidade de ampliar a luta pelo presidente brasileiro que mais pensou nos pobres e nas populações negras do Brasil.

13 maio 2019, 13:30 Tempo de leitura: 3 minutos, 6 segundos
13 de Maio: O primeiro vento de inclusão racial foi iniciado no governo Lula, afirma Martvs

Foto: Site PT

Parece consenso entre historiadores que o mundo de hoje tem revivido momentos que remetem a passagens trágicas de um passado tomado por incertezas e conflitos ideológicos. Mais do que mera coincidência, a conexão entre fatos separados pelo espaço e pelo tempo costuma reavivar também as trajetórias dos líderes populares que ousaram enfrentar o sistema e tornaram-se ícones pelas lutas em defesa dos interesses da maioria.

Ainda que não tenham sido contemporâneos e carreguem biografias distintas, tanto o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva quanto o sul-africano Nelson Rolihlahla Mandela (1918/2013) possuem algo bastante em comum: ambos dedicaram suas vidas para diminuir o imenso abismo social existente em seus países. Nada mais justo, portanto, que os nomes de Lula e Mandela estejam lado a lado neste 13 de maio, dia em que a abolição da Escravatura oficialmente (mas não literalmente) chegou ao fim no Brasil.

O diálogo entre vida de um e a trajetória de outro é o mote da campanha lançada pelo Partido dos Trabalhadores, cujo tema será justamente ‘Lula Livre, Mandela Vive’ que se propõe a planejar e discutir a ampliação e fortalecimento da militância negra do Brasil. “O tema não se propõe de maneira alguma a comparar as biografias. Se propõe na verdade a mostrar que dois líderes, um na África, outro na América do Sul, ambos dirigentes partidários, foram presos sem provas basicamente por lutarem pela liberdade de seus povos”, explica Martvs Chagas, secretário Nacional de Combate ao Racismo do partido.

A campanha se expandirá por todo o mês de maio e propõe a realização de uma série de atividades para engajar a militância. “A orientação é que possamos confeccionar textos, cartazes, faixas, camisas, além de atos e debates nos mais diversos locais reafirmando sempre que a manutenção da prisão de Lula é também o aprisionamento do sonho de emancipação e liberdade de milhões de negros e negras do Brasil”, completa.

Associar as duas trajetórias, prossegue Chagas, é importante justamente para que a história de injustiça não se repita – preso injustamente, Mandela só viu a justiça ser feita 27 anos depois e alerta para a necessidade de ampliar a luta pelo presidente brasileiro que mais pensou nos pobres e nas populações negras do Brasil.

“Ambos ousaram proporcionar melhorias profundas e romperam com a estrutura elitizada de seus países. Tanto um quanto o outro sofreram exatamente aquilo que as elites não suportam: pessoas que sonham precisam ser retiradas do convívio social porque estes sonhos são perigosos para uma elite que se acostumou com seus privilégios (…) É uma homenagem que a gente presta ao Mandela ao mesmo tempo em que a gente quer reafirmar que a prisão do ex-presidente Lula é política”.

Legado indiscutível

“O dia 13 de maio é meramente simbólico porque tivemos uma abolição inacabada no Brasil. É indiscutível que o maior vento de inclusão ocorreu durante o governo Lula”, reitera o secretário de Combate ao Racismo.

Para comprovar o que diz, Chagas relembra alguns dos impressionantes números do governo petista. “Em todas as áreas a população negra foi incorporada a partir dos governos Lula. Na habitação, até 2015 mais de 750 mil famílias foram inseridas no programa Minha Casa, Minha Vida, 500 mil eram chefiadas por mulheres negras. Em 2002 nós tínhamos nas universidades (graduação e pós-graduação) perto de 400 mil alunos negros e negras. Em 2015, este número saltou para 1,6 milhão de alunos”, ilustra.

Fonte: Agência PT de Notícias